terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Escadas/ Gatos/ Sorrisos Falsos








O Agora É Infeliz

Espero por um guardião dos céus que me leve para o Inferno. A animação circundante não se compara à força errante de uma específica ausência de água, pura nos lábios descendo no esófago corrompido. Preciso confirmar a absoluta supremacia de uma união improvável, enumerar o instantâneo, casar com o espontãneo. Preciso perceber as leis dos Reis e da Natureza, estabelecer hierarquias secretas com o poder escondido. Preciso estabelecer os horizontes e forçá-los à minha vontade. Anular asas de poder misericordioso e tornar-me agente da perfuração com suprema vontade de sobrevoar facas estáticas. Voando no invisível.
Mas lembro-me que sou sepulcral
Nasci fechado em grades moldáveis, num planeta de pensamentos negados e condescendentes.
Porque o hojé é isto e o isto não é nada.
E o clímax não é nada.
E o clímax não acontece.
E o clímax não é nada.

A Lua a Arder

Quem me vai contar histórias?
Quem me vai presentear de forma carnívora?
Quero tudo isso e muito mais.
Na última orla do lago.

Espírito Em Partes

Chegará o momento da morte, rapidamente e aos solavancos. Não sei qual será a altura ideal, uma vez que «o nunca» está fora de equação. Entretanto, vou entretendo-me com as pessoas. Reparei que a maior parte delas é divertida, mesmo que metade dessa maior parte não tenha boca e dessa metade que não tem boca, um terço não a gosta de utilizar direccionada a outros mundos. É agradável que existam por aqui corpos a flutuar que ainda não se tenham tornado esqueletos. Há mais músculo que osso.

*

Estou honesto, muito honesto mesmo, nem considero a hipótese de plagiar nada nem ninguém, embora a ideia de copiar os modos de um Deus me pareça tremendamente apelativa! Resigno-me devagar à condição de mortal e à subsequente condição de corpo à deriva. Escondo-me nas mesas menos sombrias e espreito os restos das musas asfixiantes que me motivam e me aniquilam com cada pensamento vão que me corrói o espírito em jeito de doença musical.
E eu, que nunca gostei de dança.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Deseja Sacos?


É óbvio que não desejo sacos... se pudesse desejar, desejaria algo mais que sacos, muito mais do que sacos. Devia ter-me perguntado se eu queria sacos.
Querer deriva de precisar, e sim, preciso de sacos, não os desejo, nunca os desejarei, NUNCA!