terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Espírito Em Partes

Chegará o momento da morte, rapidamente e aos solavancos. Não sei qual será a altura ideal, uma vez que «o nunca» está fora de equação. Entretanto, vou entretendo-me com as pessoas. Reparei que a maior parte delas é divertida, mesmo que metade dessa maior parte não tenha boca e dessa metade que não tem boca, um terço não a gosta de utilizar direccionada a outros mundos. É agradável que existam por aqui corpos a flutuar que ainda não se tenham tornado esqueletos. Há mais músculo que osso.

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Estou honesto, muito honesto mesmo, nem considero a hipótese de plagiar nada nem ninguém, embora a ideia de copiar os modos de um Deus me pareça tremendamente apelativa! Resigno-me devagar à condição de mortal e à subsequente condição de corpo à deriva. Escondo-me nas mesas menos sombrias e espreito os restos das musas asfixiantes que me motivam e me aniquilam com cada pensamento vão que me corrói o espírito em jeito de doença musical.
E eu, que nunca gostei de dança.

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