quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Há Uma Quebra

Explica-me a ausência de céu. Não o vejo, não o quero ver, não sei se existe, nao sei se alguma vez existiu. Olho para fora e não vejo. Olho para dentro e não vejo. Obsevo o topo e o vazio e não encontro. Em baixo também não. Em cima é impossível encontrar. O anónimo sky. Não existe. Explica-me essa ausência. A ausência do céu.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Estadia Na Estalagem Errada

Sr. Tony Night:

Você é culpável de crimes ultra-sociais. A sua cabeça com maneirismos de fruta é condenada aos meus olhos, olhos estes que já viram mais crime do que necessariamente fruta.Se me deixassem tirar algum curso de Psicologia, finalizava os restos de pó que me instauram.Falaria com mulheres decompostas em água normal.Incendiaria qualquer pessoa com lepra que não me garantisse nada em troca.E fazia o nada, talvez o nada, não sei, temo a verdade. Ser demasiado real ofusca as satisfações eventuais de uma alternativa extra-terrena.Tenho pouco que encaixe no lugar do orgulho.Eu? Sou um fraco. Nem sequer possuo a habilidade de insultar gatos
egoístas.

I'm a creep, I'm a widow
What the hell am I doing here?
I don't belong here
I ...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Uma Capa Com Espíritos

Sem dúvida que sou afectado pelo ambiente que me dizem. Decidem o que não me sint0 confortável a resolver, tanto em lugares hostis como em localizações mais amenas, perto do espírito. Este cérebro está morto nos dias que correm. Escrevo explicitamente o que salta ao meu encontro, já não tenho de me esforçar. Tenho detalhadas sobras no frigorífico. Focado bem forte estive e estou na incerteza se devo ou não glorificar insectos que curtam thrash metal. Tanto sobrevive neste espírito que já apontei, tanto. Hoje dactilografo cenas que existem, talvez numa dimensão tão longínqua, tão desigual que nem chega a introduzir-se nos subconscientes conscientes. Quero ver, por exemplo, essa professora a trabalhar noutro sector. Moonlighting como modelo. Ganhar a vida com outra parte da vocação. Ganha-se o segmento, ganha-se à morte. Já referi igualmente os bichos do ambiente destrutivo. Idealizam Kreator e caixotes. Se me lembrar de mais consultas explico detalhadamente neste pré-diário as escolhas que me guiam. Tenho pouca sabedoria a dar. Só acho que não te deves preocupar com o que te dizem.
Sabes como é: If you listen to fools, the mob rules.

Nocturna Gramatical

Conheço isto tão mal como a palma da minha mão mas continuo, não há medo de continuar.
A minha cara colada num beijo, já me reparei num beijo e dava beijos sem reparar: estava lá a minha face, unida no infinito imaginado. É tão curioso estabelecer esses toques, o mundo torna-se branco. Com isto, nada a apontar, excepto a mulher de saias com parágrafos nos ombros. Ficam-lhe bem, chamo-lhe de muito, é um relâmpago intermitente que suscita os meus medos. Não me importo, no entanto, deixo que arruine o chão que me move, compenso a sua imberbe malvadez com os beijo atómicos que recebo. Tem um corpo assustado, delineado em sombras de gelo quente. Não se derrete perante mim, sou demasiado lento para a sua compreensão limitada. Não é inteligente, apenas horrível. Ela é má. Mas o mundo torna-se branco com a sua lucidez viperina. E por isso, absolvo todos os antónimos dos seus pecados dimensiosos.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Vivida No Antes

Na casa, esta casa, naquela casa, a colher obstruída de meu pai grasnava silêncio, mas não era silêncio, eram os gritos de minha mãe que desciam à Terra em soluços.
Lembro-me dessa casa e o seu hemisfério errático que acompanhava as vozes dos trespassadores. Chamavam-lhe o castelo da dissonância devido ao extremo cuidado que polvilhava o ar, de não continuar
a partir mais copos de cristal. Escadas em caracol subiam a um nível desconhecido, vento escondia-se no soalho, bichos entretinham-se com o vazio. Havia o nada. Mais nada que nada. E era esta a casa, aquela, naquela, a casa. Diziam que só lá restava a colher de meu pai, a explorar os gritos rachados de minha mãe. Os gritos de minha mãe. Os gritos. Descidos da Terra. Em forma de colher.