segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Caracter Cratera

Falta de fruta habitua-me às profundezas. Nada melhor que açúcar sem açúcar. Darkness e melancia. Licenças para obter coisas transtornam-me. Picam-me como agulhas nervosas feitas de seringas mais agudas que alfinetes. Fico desiludido com tanta coisa, sejam actores que mudam de língua ou pessoas que mudam de cor. Fico, mas ao mesmo tempo, animo-me com essas adversidades. Reanimo-me também com o desleixo das minhas observações. Lembro-me de cada coisa, que chego a desafiar o absurdo.
Surreal?
Tornei-me assim.
Cleópatra grita numa casa em chamas. Está triste com a falta de caviar. Crocodilos amontoam-se agora. Saunas são perigosas para os incapazes na diversão. Piscina é desabitual de proferir. Signo de signficado extremo. Vou colorir mais tarde algo. Eh! Sou um corante e um conservante! Sou um produto totalmente natural progressivamente adulterado. Estou lá fora dentro da prisão.
Ponto clássico dos meus contos são as feridas que ainda não aconteceram no esterno e subsequentes ossos frios. Os jogos de mel também me afectam, é real o que me afecta, indiferente o que me rodeia e não me atinge. Contagem final no satélite. Confrontei-me. E o agora muda num ápice.
Recordo-me daqueles dias.
Da altura em que Schwarznegger falava francês perfeito
Louco?
Talvez sim. Talvez não.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O Ego da Joana

O longínquo zodíaco revolve na cabeça, julgo na cabeça, vê-se como uma grande daquelas, julgo um carro alucinado, decifro a permissão de capturar a esfinge e deitar-me.
Belo animal de estimação. Arco dobrado nos tornozelos da saudade. Vibrâncias oraculares recalcam a poesia. Sono disfarçado de Robin Hood confere tempo aos pobres.
Há uma casa no sorriso do ogre. Colheres abundam na sopa desfigurada. Incrível como formigas se deixam afogar voluntariamente (são jovens). Para a alegria do ogre, a apóstrofe não tem fim. O sono não tem sonho. E o vital esmorece na testa elevada. Expressão de surpresa. Há um sorriso na casa do ogre.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A Lenda de um Tipo Comum

Falava demasiado depressa consigo mesmo, pois claro. Ao lado das suas amizades, revelava Síndrome de Down, tocava xilofone, descrevia descrições com livros no alto.
Era chato, bonito, inteligente e depressivo. Comia bolachas por engano, empurrava sumo de laranja com críticas à socialização.
Dava-se bem com empregadas, simulava fotocópias de luxo, cheio de ritmo, tornava actos simples em lendas.
Era em suma, um candidato bem delineado a um desenho animado pré-desintegrado.
Se não via a noite, ouvia a sua banda preferida. Ninguém compreendia a admiração. Diziam que não tinha nada a ver com o som, pouco com as letras.
Eram os Radiohead. Mindfuck, Radiohead,
Radiohead Mindfuck...

Comentário Antigo

E no outro texto lembrei-me de algumas coisas e estas também. De um dos sítios visitas à lua por abóboras esmagadas e orquestrações porreiras surgiam, do lugar infame fluentemente aquele nome aparecia, antes não proibido, apenas ligeiramente inconcebível: Lennon.
Lennon foi morto. Isto é uma passiva real. Mataram Lennon. Activa tão depressa.
Mais que um homem que matou outro homem, o crime contra a arte instituída saiu da pólvora de outra arte não aceite: o crime. Dizia-se que era desnatural alguém matar outro para provar algo. Provou que era insano, pois claro. Mas foi uma opção, a sua realidade. Tornou-se o homem que fez algo. Fama pelo preço obscuro. O original.
A adequação das nossas potencialidades é tão relativa. Uns têm cérebro, outros, talento para dominar idiotices.
Sabem o homem que estava à sua esquerda? Passou à história. Chamam-lhe o Homem Que Não Matou Lennon.

Judas

Judas, paga-me uma viagem à lua, por favor, por fa-sim, anda lá, vamos.
Mereces e eu mereço esse merecido, não é pior que enfatizar qualidades de formigas, percebes Judas?
Não vou representar em actos o mistério deles que jamais tu, uma vez os gémeos e nós concebemos fealdade naquela instância.
Vou ler-te, vou ler-te sim, Judas. Deixaste textos impressos com facadas.
Por um lado, o teu eu devoto e feliz, no outro, a fachada escabrosa e cordas do após.
Com volúpia foste tu o fã número um. Mataste Cristo. Em seguida entregaste Lennon.
Depois do beijo, o precipício.