sábado, 31 de outubro de 2009

Candidíase Vaginal

Peço igualdade. Peço um paralelismo entre a minha vida e a de uma doninha. Se não for possível, corto os pulsos. A mim não, claro. A uma menina com vontade de morte. Gosto de ajudar o povo a ter o que quer. Sou simpático, digo sim sempre que me sinto positivo. Se fosse uma planta seria um trevo de mil-folhas. Se fosse um escultor exibia uma doença em pedra. No país das maravilhas a vida anda fantástica. É bom isso, dá jeito estar óptimo. É soberbo estar óptimo. Mas primeiro pergunte ao seu farmacêutico.
As festas não são para todos. Há quem prefira não-diversão e se divirta mais assim.
Estou a ver anúncios agora. Iogurtes, laranjas e fragrâncias. Se disser FODA-SE 3 vezes aparecerá o Deus do palavrão.
"All around me are familiar faces", este homem só pode estar no jantar de Natal. Sempre preferi o dia de acção de graças e nem curto peru. Isto anda mal, anda pequeno e às vezes triste. Temos de combinar um café um dia, eu não apareço mas há gente fixe por lá. É um drama, eu sei, mas só iria vestido de Pink Coelho. Ou magro como o Maquinista. Ou estreito como o Pianista. Também não durmo há um ano, mas não ando a dizê-lo às prostitutas. Quanto à guerra, é algo que nunca me suscitou muito interesse. Nazis, só à chapada.

Espero que tenham aprendido alguma coisa.

1 comentário:

Marta Sousa disse...

Peço desigualdade. Se não for possível conformo-me com a minha existência e a dos demais.

A igualdade é chata, terrivelmente chata, indecifravelmente chata. Sinto o palpitar do coração sempre da mesma fora quando deitada estou na cama. Adormeço. Igual é tanto tédio.

Sento-me na cama olho para o tecto, branco, igual.

A igualdade amedronta-me o espírito. Prefiro ser fraca e lutar contra o gigante que ser gigante como o gigante. Gosto de ser definhada.

Ah banalidade...pedes igualdade?
As igualdades dos cafés, dos perus, do drama, da época natalícia. Este mundo é horrível, a noção de tempo atrofia o Homem. Eu encosto-me à vida, sonho às vezes, comer peru num dia qualquer de Agosto, festejar o Natal quem sabe em Março. Só para não pedir igualdade.

As modas são horrendas. Nazis não existiriam se o mundo não fosse tão enfadonho.